Era sexta e o festival começava... um pouquinho atrasada, ainda vi a actuação de Valentine & Erika Elder. Confesso que não me convenceram, mas vou dar uma segunda oportunidade e ouvi-los em disco, para ver se isso seria apenas resultado daquela noite de chuva ;)
Seguiu-se Perry Blake, que também não me aqueceu, nem sequer os pés! Como dizia o rapaz que se sentava ao meu lado, é preciso saber ser melancólico e o que se apresentava ali, já tendia para a lamechice. Riscado, portanto!
A noite parecia condenada, não fosse a última e melhor actuação. Bill Callahan. Os meus ouvidos e olhos estavam perfeitos, sem qualquer obstáculo que pudesse perturbar "o assistir" a este rapaz! O álbum sometimes i wish we were an eagle, já tinha rodopiado vezes sem conta no ipod e as letras estavam decoradas, há já muito tempo. Só faltava mesmo vê-lo em carne e osso e confirmar a sua grandeza. O mesmo rapaz que se sentou ao meu lado, já me tinha dito que em Vigo ele estava bem dispostinho e que até fez encore. Esperava pelo mesmo, ali.
A sorte não parecia ser a mesma e apesar de não perceber se estaria bem disposto ou não, não voltou ao palco, depois da sua actuação.
Isso pouco importava. Importa sim dizer que enquanto actuava, não deixou por mãos alheias a sua tamanha dimensão. É grande, intenso e quente, sem precisar de ser simpático ou comunicador para connosco. Chega, dá-nos as suas melodias de forma perfeita e nós, sedentos delas, trasportamo-nos para os seus ambientes e só voltamos a acordar quando já não existe ninguém no palco... "já está? mas... quero mais". Não haveria mais. Os seus saltinhos pequeninos, em jeito de dança, não voltariam a fazer-me sorrir mais naquela noite.
Neal Morgan, fazia parte do duo da noite e mostrava-se um muito bom baterista, que o seguia à altura. Ah! e gostei do pormenor de o ver tocar a bateria descalço :)
Passadas 24 horas lá estava eu outra vez na Vila da Feira. Agora sem atrasos e com tempo para uma badochice (achava eu!). Corri ao centro para comprar uma fogaça e nada... tudo fechado! A um sábado à tarde?!
Já no cine-teatro, a noite continuaria como a anterior, mas agora sem nenhuma actuação a garantir que tinha valido a pena a viagem.
Noiserv foi agradável, não desgostei, aliás quero voltar a ouvir. Dakota Suite não me convenceu e nem me atrevo a escrever nada de muito mau, pois o estado de Chris Hoonson parecia tão dramático, que tenho medo que cometa mais alguma tentativa de suicídio.
Para o final estavam os Camera Obscura. Cumpriram o seu papel e trouxeram um pouquinho de alegria àquela noite, mas não o suficiente para os enaltecer desmedidamente!
Agora digam-me, o que passou com o som, estava horrível... e nem no 2º dia se sentiram grandes melhorias.
Esperemos que a próxima edição esteja melhor, mais vale não esgotar, mas que continue a ser aquele festival que dá vontade de sentar ;)
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